José Cid de seu nome próprio José Albano Cid Ferreira Tavares nasceu na Chamusca a 4 de Fevereiro de 1942. No final dos anos 50, foi para Coimbra a fim de estudar direito. Era muito jovem e achava que a música era uma coisa bem mais interessante do que as ciências jurídicas, o que aliás, logo inequivocamente se comprovou na primeira época de exames: ao mesmo tempo que fundava um grupo pioneiro de rock em Portugal – “ O Babyes “ – as notas fixadas nas pautas da Faculdade de Direito foram um clamoroso descalabro. Em matéria de “ notas “, as músicas superaram largamente as da avaliação dos Lentes.
Em 1960, os melhores músicos que havia em Coimbra juntaram-se num conjunto – o do Orfeon Académico. Ao lado de Rui Ressurreição (pianista), o melhor de todos, o Daniel Proença de Carvalho (baixista), o António Portela (vibrofonista), Joaquim Caixeiro (baterista), José Niza (guitarrista) e José Cid (vocalista e acordeonista). Nessa altura, a par de Thilo’s Combo e do Quinteto Académico foi considerado o melhor conjunto que havia em Portugal. Foi o tempo da explosão da “bossa-nova”. Foram os primeiros a toca-la na televisão, com José Cid a cantar “O Pato”, que o João Gilberto tinha acabado de lançar num disco histórico com sambas do Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
Em 1968 com a aparição do Quarteto 1111 com a “A lenda de D. Sebastião”, definitivamente colocou José Cid no topo das atenções da crítica e do público. Logo a seguir surgiu os “Green Windows”, grupo que deixou um rasto de belas canções. Pelo meio, ficaram canções proibidas pela censura fascista e um disco do Quarteto 1111 apreendido no mercado.
A partir de 1977 abandona todos os formatos de agrupamento e torna-se num cantor a solo criando barreiras à sua volta na medida em que se transforma em; cantor, compositor, pianista e arranjador, autor da maioria das canções que interpreta.
É assim que foi angariando prémios, distinções, popularidade e prestigio que só em Portugal lhe renderam até hoje, 25 discos de prata, 8 de ouro e 3 de platina.
Entre as múltiplas façanhas conta em 1975 o Grande Prémio da Canção de Tóquio onde no sprint final, deixou para trás Elton John, Gilbert O’Sullivan e os Águas Viva (de Manolo Diaz).
O seu álbum “10.000 Entre Vénus e Marte” ter sido considerado pela revista Bilboard um dos melhores cem discos mundiais (57º lugar). Mais tarde assenta arraiais no top tem discográfico da Austrália, com álbuns editados em inglês.
Numa face mais recente e mais amadurecida, descobriu e tem cantado grandes poetas como Garcia Lorca, Pablo Neruda, Camões, Fernando Pessoa, Natália Correia, David Mourão Ferreira e Rosália de Castro.
Há uma canção em ele diz que nasceu para a música. Nada de mais autêntico e sincero: é que ele respira a música como se fosse oxigénio, como qualquer coisa de vital.
Mas para além disso, o José Cid criou um estilo próprio e uma forma de estar, de compor e de cantar intransmissível e inconfundível, como as impressões digitais.
2003 - NASCI P’RA MÚSICA é uma antologia compilada de 36 temas baladas e canções de música pop e popular que José Cid gravou entre 1977 e 1985, dividido em dois CDs.
Para quem defende tanto a música portuguesa na rádio é pena que este CD esteja protegido tecnologicamente contra reprodução em PCs o que inviabiliza a sua inserção numa play list para passagem na rádio.